Um dos poetas que mais gosto: Mário Quintana.
Gaucho de Alegrete, teve a simplicidade e a capacidade de síntese como um método de sua poesia. Não se preocupava com os críticos. Apenas escrevia porque sentia necessidade.
Vai aí uma pitada de sua arte:
O Auto-Retrato
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!
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