Roda Viva - A fragilidade do homem frente ao tempo

Som da Semana - Todo sábado um novo (ou velho) em destaque no blog

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domingo, 25 de abril de 2010

Simples

A simplicidade é tão bonita, tão agradável. Claro, é minha opinião. Mas eu gosto de coisas simples. Às vezes a gente complica as coisas e só entende no final que se agíssemos com simplicidade tudo poderia ter sido mais agradável no fim das contas. A simplicidade hospitaleira dos interiores de Minas Gerais. A forma simples de ser do homem da roça. Os olhos simples de quem nos cumprimenta sem pretensão, apenas mantêm os bons costumes de onde mora: "-Tarde..." com o sotaque de quem não cresceu em meio a cidade grande, cinza e menos simples.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Um post em homenagem a alguém que admiro muito. Por várias coisas: sua trajetória, por sua humildade, por seu prazer em ser professor, por sua vontade de luta, por sua humanidade. Alguém que, estou descobrindo ao ler seus vários textos, além de teólogo, filósofo, pedagogo e sociólogo é, também, poeta.


Do escuro faço luz,

Da alienação faço luta,

Do silêncio faço barulho,

Do medo faço coragem,

Da nudez faço canto,

Da surdez faço ouvidos

De mim faço vida,

Da vida faço...
(Durval Angelo)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Estamos Chegando!

Estamos passando para avisar aos senhores leitores deste blog que chegaremos na quarta-feira a todos os cinemas do Brasil. Até lá... hehehe


domingo, 18 de abril de 2010

Stormy Six - Som da Semana

Está ai uma banda que sei que poucos no Brasil conhecem e que eu gosto muito. Prova de que poucos no Brasil conhecem é que a comunidade deles no orkut tem apenas 7 pessoas... E eu sou uma delas! hehehe
Conheci o Stormy Six andando pela Universidade Federal Rural da Amazônia (localizada no estado do Pará). "Mas como assim? Conhecer uma banda de folk italiana da década de 70 andando na UFRA?" Sim. Eu explico: lá ocorreu (assim como na Universidade Federal do Pará) uma série de atividades do Fórum Social Mundial (http://www.forumsocialmundial.org.br/) em 2009. Eu tive a felicidade de estar presente. Na UFRA é onde estava o Acampamento Intercontinental da Juventude. Não sei dizer quantos... Mas milhares de jovens (não só jovens) do mundo todo estavam acampados lá acompanhando as centenas de atividades do Fórum. A noite cultural (ou as noites), vcs podem imaginar, ocorriam ali. Instrumentos de diversos locais do planeta tocando juntos (harmoniosamente), rodas de Krishna, malabares dos mais variados tipos, peças teatrais, danças diversas e cenas das mais curiosas possíveis ocorriam ali naquele campus, principalmente a noite. A meu ver, era um lugar mágico. Tive de abrir mão de algumas coisas importantes para estar lá, logo eu esperava que fosse um lugar bacana msm.

Mas voltando ao Stormy Six. Ia eu passando em frente a uma tenda dos italianos esportistas (um grupo de italianos que montou uma rede de vôlei no gramado e jogava o tempo todo - representavam uma entidade que incentivava a prática de esportes em geral) e ouvi um som que me chamou a atenção... Estava tocando em um micro sistem "Sotto il bam-bu", música que eu gostei bastante. Lá fui eu me aventurar ao tentar estabelecer diálogo com os espirituosos italianos, sempre felizes, sorrindo e cantando! Fui muito bem recebido mas não entendi muito o que diziam... E eu tinha a impressão de que o idioma italiano não era tão difícil. Bom, no fim das contas um senhor muito bacana que tentou me contar a história da banda (embora eu tenha entendido apenas 20% do que ele disse) anotou o nome dela pra mim. Dai conheci  Stormy Six e o movimento RIO.

Stormy Six é uma banda que se destacou no movimento RIO (Rock In Opposition) ao lado de mais duas expoentes do movimento: Univèrs Zero e Henry Cow. O movimento RIO se trata de um contraponto, que surge na década de 70, à "industrialização do processo musical". Ou seja, os artistas eram cada vez mais pressionados a criar hits (coisas que vendiam) sem conteúdo bem elaborado e reflexões contidas nas letras - ideais coletivos expressos musicalmente. Movimento com o qual muito concordo, o RIO tem uma história interessante. Para quem se interessar o blog Aurora Musical (http://musicalaurora.blogspot.com/2010/04/rock-in-opposition.html) tem um artigo esclarecedor sobre o movimento em questão. Vale a pena dar uma conferida.
Vou inserir mais algumas músicas do Stormy Six em nosso set list (o ipod ao lado) pra quem se interessar em conhecer um pouco mais do som. E quem gostar do som e quiser aumentar a comunidade do orkut ta ai o link: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=39675889

Abração galera!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Partida

Estamos sempre a partir
Partimos para outro lugar
Ou partimos algo em nós
Para nós ou para outra pessoa

Eu me parto as vezes
O partir precisa disto
Porque ao ir embora uma parte
Fica uma outra, mesmo pequena

O parto de nós mesmos depende de partirmos de um pressuposto:
Ao nascer somos a fração de algo que foi partido
E o parto
O partir
A partida
O partilhar
No fim das contas estão todos interligados... Não é?

Ps.: Deve ser o sono que me fez escrever isto...

VEJA: Duas Chuvas, Duas Medidas

JJ diz: para quem ainda não sabe o que é o PIG (Partido da Imprensa Golpista) o post abaixo é auto explicativo. Não haveria lugar melhor para o babaca da década escrever.

by Pablo 11. abril 2010 02:06 (http://www.cinemaemcena.com.br/pv/BlogPablo/post/2010/04/11/VEJA-Duas-Chuvas-Duas-Medidas.aspx)

Encontrei essa comparação de capas no twitter da leitora Renata Arruda e... bom, as imagens falam por si mesmas: a falta de ética (não, dane-se o eufemismo: a corrupção moral e jornalística de uma revista canalha) é ilustrada pela abordagem das matérias sobre as chuvas em SP (território tucano) e no Rio.




O Babaca da Década

Texto de um grande blogueiro que eu acompanho: Marcelo Mayer.
Eu achei fantástico e o replico aqui pois sou fã do Diogo Mainardi assim como sou do BBB. Acho que é até difícil dizer qual contribui mais para o avanço de nossa sociedade.
Logo após o texto está um comentário meu que ficou no blog do Marcelo.Se é ofensivo a alguém que este alguém me desculpe.
















Por Marcelo Mayer (http://www.cransauce.blogspot.com/)

Não se pode confiar numa pessoa que vomita suas frustrações em idéias fantasiosas, muito menos confiar numa pessoa que trata o cidadão como burro e falso idealizador. Diogo Mainardi é um assumido defensor do neoliberalismo e aplaude de pé medidas extremas contra a moralidade ocasionadas por países de primeiro mundo. Impondo assim, na imprensa, o modelo “american way of life” que o Brasil deve assumir. Como levar a sério um defensor da invasão no Iraque e que faz piadas com reféns sendo sexualmente humilhados pelos americanos?

Diogo Mainardi é um paranóico. Levanta a bandeira contra governos antiamericanos e defende atrocidades cometidas pelo Tio Sam. O mesmo acha que desenvolvimento é entrada de capital dos países “ricos” e a consolidação da elite. Porque para Mainardi, não importa a pobreza ser maioria, e sim a construção de hotéis caros e restaurantes sofisticados para a Copa de 2014. Não dá pra levar a sério um indivíduo que chama de vagabundo professores da rede pública que ganham em média três reais por aula e ao mesmo tempo enaltece o bom tratamento que recebe em restaurantes de Paris e Nova Iorque.

Ele levanta a bandeira de que todos os brasileiros são antas e babacas. Assumiu recentemente que pretende sair do Brasil e voltar a morar em Veneza. Ora, fácil assumir imbecilidade das grandes quando se é pau mandado de uma imprensa que censura o popular e que coloca na primeira página que professores causam o caos no trânsito de São Paulo, quando estes pedem melhorias e dignidade há décadas.

O babaca da década disse certa vez que a maior proeza de Santos Dumont foi ter inventado o avião três anos depois dos irmãos Wright e que o maior triunfo da inteligência brasileira foi a invenção de um orelhão em forma de berimbau em Salvador, Bahia. Diogo Mainardi está para as leis da física assim como Belo está para a história do samba. Ele não se contenta em ser um conservador, preconceituoso e defensor de uma comunidade intelectual que toca Beethoven em churrascos e Vivaldi em jogadas de truco. Ele precisa dizer que todo brasileiro é um babaca e que nossa inteligência é medida por um orelhão turístico. Para ele, todos os jornalistas fora da Globo e Veja são pagos para emitir opinião, enquanto ele usa a falta de ética para manipular conversas e publicá-las como se fossem em primeira mão.

JJ disse:

FANTÁSTICO.


Polêmico o post mas...

Não tenho outra palavra para adjetivar seu texto meu camarada!

Admiro e sou defensor da diversidade de opiniões (que inclusive aqui nos comentários do post se faz presente) e sua livre expressão. Porém, mentir e manipular não é nada legal. Como diz meu professor de economia "Diogo Mainardi é um dos mais descarados do PIG. Não vale a pena... é PATÉTICO."

Tem gente que antes de falar do povo devia ir ver de perto muita coisa. Mas o rapazinho bonito obviamente não está interessado nisto. De sua salinha (q deve ser um salão) com seu laptop e uma xícara de café ou chá o cara solta farpas como o se fosse O BRASILEIRO, o conhecedor, o cara que sabe da realidade do povo trabalhador. Diogo Mainardi, gatão, já pegou ônibus alguma vez? Diogo Mainardi, pai exemplar (será?) já teve vontade de dar um presente ao filho e não teve dinheiro pra isto? Diogo Mainardi já enfrentou (por 1 dia apenas) a rotina de um professor que TENTA educar os filhos de uma sociedade que ainda não entendeu que o processo educativo não ocorre só na sala de aula (que, por exemplo, os meios de comunicação de massa tbm deveriam participar do processo - isto não é CENSURA é RESPONSABILIDADE! É não chamar de HERÓIS os participantes do BBB)? Alías... Diogo Mainardi já entrou em uma escola pública? Diogo Mainardi já comeu em uma marmita requentada arroz, feijão, tomate e ovo como um operário? Diogo Mainardi sabe o que é sentir fome? Mas fome de verdade: fome que não se mata por que não se tem grana pra matar, por dias! "Só entende o real valor de um pedaço de pão, quem um dia sentiu fome de verdade" (Celso Furtado - Um Longo Amanhecer)... Creio que a resposta para todas as perguntas anteriores (e dezenas de outras que eu poderia fazer) é NÃO! Isto explica o comportamento boçal deste elitista. Sim, o grande problema não é ser da elite, ser burguês. O problema é só olhar para as elites e vomitar suas divagações pseudo-inteligentes como se fossem verdades absolutas, sem dar direito ao contraditório constitucional.

E ser neoliberal é um problema sim. Pelo simples e comprovado fato de que os neoliberais confundem (como muitos representantes do povo e muitos que, como eu, são povo) CRESCIMENTO ECONÔMICO com DESENVOLVIMENTO. São coisas distintas caros colegas. E muito.

Abaixo a Veja, todo o PIG (Partido da Imprensa Golpista) e, em especial, Diogo Mainardi! Viva o direito de expressão, a primazia pela verdade e o direito ao contraditório (contraditório aqui entendam: o direito de ver dois ou mais lados de uma mesma notícia ou assunto).

Se fui de encontro ao pensamento de alguém me sinto feliz. Se fui frontalmente contra, me desculpem mas Diogo Mainardi é sim o babaquinha da década (ou das duas últimas).

domingo, 11 de abril de 2010

Tempo Pouco

É estranho mas eu sempre tive a vontade de que um dia tivesse mais tempo do que o que tem.Vinte e quatro horas só é muito pouco. E o nosso corpo ainda nos cobra um sono de 8 horas pra funcionar direito... Pôxa, podia ser só umas 3 horas de sono. Eu faço uma conta com os meus amigos as vezes, vejam só: ao chegar aos 60 anos dormindo umas 8 horas por dia a gente teria passado então 20 anos dormindo. Isso é muito tempo. E o tempo corre, ele anda rápido. Podia ser mais 20 anos dedicados ao teatro ou a música ou ler e escrever. Tá bom... Sem dormir não dá pra produzir bem, o corpo - máquina na qual meu espírito se insere - tem de descansar... Mas que podia levar menos tempo pra descansar podia!
Às vezes acho que tenho pressa de viver. Tenho pressa para fazer mais e mais. Não quero que a minha vida passe junto com o tempo e que eu não tenha contribuido para mudar algo ou que eu não tenha feito coisas que me fizeram avançar. Avançar na vida, avançar nos meus conceitos éticos, avançar na minha responsabilidade, avançar no meu empreendedorismo, avançar no meu conhecimento prático das coisas. Eu quero fazer o máximo. Eu quero desafios. E, como diz o Arnaldo Antunes em Envelhecer, música de seu último disco (que está no vídeo abaixo): "eu quero é viver pra ver qual é e dizer venha pra o que vai acontecer..."
Eita tempo... Queria que o dia tivesse 30 horas. E que o sono me batesse menos. Eu vivo brigando com o tempo e o sono. Espero que eles me entendam, não é por mal: é que eu gosto demais de viver. E se o dia tivesse 30 horas e o meu estimado corpo me cobrasse apenas 5 horas de sono para funcionar bem, ainda assim eu reclamaria!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Vergonha

Galera, como durante o meio da semana fica difícil colocar txts meus então tenho postado umas coisas que acho interessante. Como sou fã assíduo do BBB (quem me conhece sabe que é uma das maiores ironias que eu já postei...) e do Bial adorei o txt do Veríssimo. Embora, a meu ver, ele pegue meio pesado em algumas partes do txt, vale para se fazer algumas reflexões.


Crônica de Luiz Fernando Verissimo sobre o BBB

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir este programa ao lado dos filhos.. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos "heróis", como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um "zoológico humano divertido" . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os "animais" do "zoológico": o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a "não sou piranha mas não sou santa", o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o "escolhido" receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa: ir ao cinema, estudar, ouvir boa música, cuidar das flores e jardins, telefonar para um amigo, visitar os avós, pescar, brincar com as crianças, namorar, ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Desenhando o mundo!

O vídeo abaixo mostra o processo de criação de Ariel Fajtlowicz que é ilustrador e produtor de arte há cerca de 10 anos. Apesar do nome de gringo o cara é brasileiro, paulista. Em sampa desenvolve o seu trabalho emprestando seu talento a diversas editoras e sites nacionais além de algumas revistas da Inglaterra onde o cara passou algum tempo estudando ilustração.
Entre os trabalhos mais divertidos do cara está o projeto "My Versions" onde o Ariel cria uma interpretação pessoal de algum ícone popular. Abaixo, além do vídeo algumas ilustrações deste projeto. Quem quiser conferir mais do trabalho do cara pode acessar o site dele: http://www.gloome.net/. Ele também tem Twitter (@arielfajtlowicz) e blog (http://www.arifaj.wordpress.com/).
Valeu galera!



Illustration Process from Ariel Fajtlowicz on Vimeo.

"My Versions"

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sobre Johnny Cash - Hurt (música da semana)

Johnny Cash: chamado por alguns fãs de "o homem de preto" o cantor estadunidense nasceu em Kingsland (Arkansas) em 26 de fevereiro de 1932 e morreu em Nashville (Tennesse) em 12 de setembro de 2003 após quase cinco décadas de consagrada carreira entoada por sua voz grave e marcante. Fez questão de cultivar em vários momentos a imagem de mau comportado. Seu vício em anfetaminas e barbitúricos fez com que Cash tivesse problemas em seu primeiro casamento (resultando no divórcio) e em alguns shows. Se recuperou, casou de novo (June Carter o acompanhou até o fim - ela faleceu 4 meses antes de Cash após cirurgia e complicações cardíacas), escreveu uma autobiografia (que vendeu bem) e voltou a vender muitos discos (caiu na década de 80, mas bateu recordes de venda na década de 90).
Adoece em 1997 e tem de interromper uma turnê. Lança mais sucessos como, por exemplo, Solitary Man (2000). Em 2002 lança seu último álbum em vida: "American IV - The Man Comes Around". Deste álbum vem "Hurt", aqui postada. Uma excelente composição de Trent Reznor do Nine Inch Nails. Seu vídeo foi indicado à 7 categorias no VMA da MTV e venceu o Grammy de melhor video clipe.
O álbum póstumo "A Hundred Highways" chegou ao topo de vendas em algumas semanas após seu lançamento em 2006. Sou fã do trabalho do cara.
Grande Johnny Cash!

"Eu me visto de preto pelos pobres e oprimidos/ Que vivem no lado faminto e sem esperanças da cidade / Eu me visto assim pelo prisioneiro que há muito pagou por seu crime / Mas está ali pois é uma vítima dos tempos" - Man In Black.

Dia Puxado

Hoje foi um dia daqueles. Me lembrei do velho jargão "matar um leão por dia..." Ufa... Matei um hoje, talvez até mais (apesar de não gostar da frase pois os leões não tem nada a ver com nossos problemas, rs). Mas o fato é que foi um dia puxado. Fico feliz ao chegar em casa, ver meu quarto, jogar minhas coisas e visitar meu blog. Muito me agrada ver todos os comentários do pessoal que prestigia meu espaço de criação e desabafo. Fico feliz com os novos seguidores do blog! O blog agradece!
Divido com todos o desejo de uma ótima semana e dias felizes vindouros. Ah, e quando for dia feliz não se esqueçam do sorvete. Dia feliz tem que ter sorvete! Foi dudu que alertou-me para o fato que, embora estivesse sempre diante de mim, eu não havia percebido! hehe
Eu e meu amigo blog terminaremos o post dedicando a todos que acompanham e que irão acompanhar nossa trajetória - vamos lá, todos digam em uníssono! - versos otimistas do grandioso Mário Quintana:
"Todos estes que aí estão atravancando o meu (o nosso) caminho...
Eles passarão,
Eu passarinho"

domingo, 4 de abril de 2010

Os medos da Clarice

Por Aline Dias*




"Carlos,

Eu sei que tenho até certo charme e que você gosta dessa proximidade. Mas não me deixe te estragar, por favor. Sou melhor observada que tocada.

Muito mais prudente não se misturar.

Não deixe que eu te adivinhe. Suma. Depois volte como se não fosse nada. Finja que dá importância para as minhas crises e não negue colo nunca.

Então finja que eu só falo besteira e deixe isso evidente.

Depois fique perto perto a ponto de eu achar que somos a mesma coisa. Então grite. Depois peça desculpas.

Só não me obedeça. Só não chegue perto demais.

Não quero que você vá embora.

A paranóia daqui é grande por que eu tenho medo bilateral.

Saudades,

Clarice""

Aline Dias é jornalista, blogueira, dona do “Gota D’água” e escreve coisas interessantes sempre! www.alinedias.blogspot.com

sábado, 3 de abril de 2010

Alice: 21 de Abril !



Está chegando em 21 de Abril (feriado de Tiradentes) mais uma obra prima de Tim Burton. "Alice in Wonderland" ou "Alice no País das Maravilhas" estreou em Março nos cinemas da Europa e nos Estados Unidos e está em primeiro lugar de público há 4 semanas nos cinemas do mundo. Há espectativas de que o filme supere "Avatar" em termos de bilheteria. Em 29 de março a bilheteria global do filme rendeu a marca de 656 milhões de dólares. "Avatar" rendeu ao todo 1,96 bilhão!

A produção tem em sua versão 3D o maior número de espectadores no mundo. No Brasil poucos cinemas terão esta versão. Para quem não animar pagar o dobro ou o triplo do valor normal do ingresso para ver a versão 3D não pode perder ao menos a convencional! Mas eu digo: vou ver a 3D!


Prenderam o Coelhinho da Páscoa

Olha só galera... Quem não ganhou chocolate e tá aí se perguntando o por quê...
Tá ai o motivo! rs

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Mesa da Vida*


 *Texto meu publicado na revista Contagem em Foco do mês de março.

Neste mês de março, caros leitores, mais uma reflexão. Surgiu de algumas conversas recentes com amigos antigos e com um novo amigo que conheci em um fim de semana em Matias Barbosa, cidade próxima de Juiz de Fora, numa visita a um outro amigo e companheiro de lutas.
No mundo atual, cada vez menos nos sentamos à mesa para falar sobre o que temos vivenciado e compartilhar experiências em um exercício de crescimento mútuo. Cada vez menos falamos com nossas famílias e com as pessoas que nos acompanham na estrada da vida sobre os nossos pequenos devaneios e sobre o que temos aprendido com nossa estada no mundo. Sentar à mesa atualmente, só para comer rápido (outro problema) e continuar correndo. Estamos indo cada vez mais depressa com nosso ritmo de vida e deixando de lado nossa humanidade, nossa vontade de compartilhar. No discurso final do ditador de Chaplin já se dizia: “criamos a época da velocidade, e nos vemos enclausurados dentro dela (...) pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura”.
Em meio ao ritmo frenético dos tempos atuais, ao mundo da tecnologia e da abundância de informações, estamos nos tornando pessoas que não percebem a importância da presença do outro. O mundo das redes sociais virtuais e dos “messenger” parece que, pouco a pouco, está nos tirando a vontade e tolerância com a presença. O mundo do capital e da informação nos ilude ofertando prazeres em seus comerciais e diz para querermos sempre mais: “não devemos ter limites”! Porém, até onde precisamos ir para ser felizes? O incentivo da busca pelo prazer e pelo que não temos (e talvez nem precisemos) faz com que, de forma inconsciente às vezes, não consigamos dar o devido valor a tudo aquilo que julgamos já ser de nossa “propriedade”. E assim, deixamos de valorizar coisas simples como o ato de sentar para conversar sobre nós com quem é importante para a nossa vida.
Os nossos hábitos atuais de convivência, o nosso afastamento, podem ser percebidos inclusive no desenho de nossas residências. Nas casas de arquitetura própria de algumas décadas atrás, sempre se tinha uma varanda com um banco para sentar e prosear um pouco. Hoje, várias casas de bairros mais novos não possuem este componente.
O fato para o qual quero chamar atenção é de que o ato de compartilhar idéias, sensações e expectativas com quem está mais próximo de nós está se perdendo aos poucos em nossos hábitos condicionados pelo mundo no qual estamos vivendo. Ao invés de compartilhar, estamos trazendo para o nosso cotidiano certo descaso para com as pessoas que estão dispostas (ao menos em tese) a nos ouvir e a compartilhar coisas simples. Podemos até dizer que não; que reservamos sim tempo para tudo. Mas não podemos também cometer o erro de agir como se as pessoas fossem como os aparelhos eletrônicos que acionamos quando queremos e que deixamos de lado quando achamos conveniente. Compartilhar é um ato que não é tão simples e que devemos exercitar para que não nos tornemos cada vez menos agradáveis para com aqueles que estimamos e que nos estimam. A mesa talvez deva voltar a ser ocupada por nós como o princípio deste exercício de valorização das coisas simples que temos a oportunidade de desfrutar em nosso percurso de aprendizado. E valorizemos estas coisas que temos para que não as percamos e só então nos lamentemos por perdê-las. Nem sempre temos de forma segura o que julgamos ser “nosso”; por isto até a oportunidade de sentar a mesa com a família ou com os verdadeiros amigos e conversar sobre, literalmente, tudo pode ser algo que amanhã de manhã não teremos mais. Pensemos nisto, amigos!

O Auto Retrato

Um dos poetas que mais gosto: Mário Quintana.
Gaucho de Alegrete, teve a simplicidade e a capacidade de síntese como um método de sua poesia. Não se preocupava com os críticos. Apenas escrevia porque sentia necessidade.
Vai aí uma pitada de sua arte:


O Auto-Retrato


No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!

Voltando a escrever

Depois de um bom tempo prometendo voltar, aqui estamos novamente. O meu estimado blog continua sendo um espaço tão agradável pra mim quanto o meu quarto. Por isto escrevo nele tão a vontade. Espero que de alguma bobagem que eu escreva possa sair algo bom que faça bem a alguém.

Frases - coisas interessantes que se lê por aí...

"Se quiser que os outros sejam felizes, pratique a compaixão. Se quiser ser feliz, pratique a compaixão." Frase de Orkut